Atualmente
non é possível saber qual era a pigmentação
do Hemicyon e do Simicyon, mas sabemos que ambos tinham o mesmo
número de dentes. Mesmo o Chow Chow tem quarenta e quatro,
mas acaba perdendo dois quando a dentição torna-se
definitiva.
A
língua azul é uma característica do urso
da Manchúria e do azul do Tibet; com este último
o Chow Chow tem em comum o focinho curto e seu corpo inscrito
num quadrado.
Numa
época muito posterior, a China foi invadida por tribos
bárbaras de Tártaros e Mongoleses, acompanhados
em suas batalhas por Cães de Guerra, descritos
como semelhantes a leões, com aspecto feroz e com a língua
azul, que eram, também, usados para a guarda e caça.
A expressão usada para definir estes cães era man
kou, ou seja, cães dos bárbaros.
A
falta da detalhada documentação sobre a história
antiga dos cães na China, deve-se à destruição
da literatura chinesa no ano de 255 a.C., ordenada pelo Imperador
Chin Shin. Apesar de tudo, muitas referências ficaram para
testemunhar que estes cães com aspecto leonino viveram
com as tribos do Norte.
Como
caçador, o Chow Chow possuía notáveis dotes
de faro, táticas inteligentes e grande força, portanto
era muito apreciado pelos imperadores, que possuíam muitos
exemplares nos palácios reais. Está testemunhado
também, além de existirem algumas referências,
por uma pintura de aproximadamente 2000 anos atrás, que
retrata um apartamento imperial com um Chow Chow deitado abaixo
de uma mesa, com a pelagem vermelha e com a mesma expressão
do Chow atual.
A
maior parte dos testemunhos que dispomos fala de um Chow de cor
vermelha ou preta, mas sabe-se também que nas montanhas
da Mongólia e da Manchúria os monges budistas criavam
o Chow Chow azul que eram usados para defender os mosteiros e
para proteger dos rebanhos.
Os
monges continuaram a criar os Chows mesmo depois do fim da dinastia
Tang, quando a pobreza tomou conta da nação.
Uma
antiga e sugestiva lenda chinesa nos fornece uma fantasiosa explicação
da estranha coloração da língua do Chow Chow.
Centenas
de anos atrás, vivia acima da montanha um monge com muitos
animais, entre os quais um grande número de cães.
Ele era muito gentil com eles e era compensado pelas suas gratidões.
Um
dia o monge adoeceu gravemente, tanto que nem conseguia procurar
madeira para acender o fogo para cozinhar. Assim, alguns animais,
entre os quais os cães, saíram para recolher os
tocos de madeira. Algumas árvores da floresta haviam sido
queimadas por um incêndio e o solo ficou coberto por pedaços
de carvão que os cães levaram na boca. Os macacos
prepararam a comida para o velho monge até que ele ficasse
curado por completo, mas as bocas e as línguas dos cães
mantiveram a cor preta do carvão.
O
primeiro europeu que mencionou e descreveu o Chow Chow foi Marco
Polo, que visitou a China no século XIII.
Mas
até o século XVIII, o Chow Chow não era conhecido
nos paises ocidentais e foi levado para a Europa por mercadores
e marinheiros pela East Indian Company, como curiosidade
chinesa.
É
difícil determinar a etimologia do nome Chow Chow. A denominação
mais antiga consta do século XI a.C. O ditongo ao, que
significa algo de grande e extraordinário,
provém provavelmente de uma má pronúncia
ou de uma errada tradução do original Chaou, que
significa cão forte e primitivo. No mesmo período
foi chamado de mao kou, ou seja, cão dos bárbaros
ou cão tártaro.
Por
volta do ano 100 d.C., foram utilizados os termos mang (cão
peludo), chao (cão forte), ou ti (cão
vermelho).
O
nome mais provável parece vir, muitos séculos mais
tarde, do antigo chaou ou do termo tchau, que designava, em uma
certa época, alguns importantes comerciantes chineses,
cuja mercadoria era definida, na gíria chinesa, chow chow.

Quatro
Campeões de propriedade de Mrs. Scaramanga.
Da
esquerda para a direita: Theem Kwy, Red Craze, Wiggles e Hahky.
Quadro
de 1905.
Quando,
no final de 1800 os Chow Chows começaram a participar das
exposições, foram chamados primeiramente Chinese
Edible Dog ou Chinese Dog, definições que foram
substituídas pela atual Chow Chow.
Em
1895 um grupo de amadores ingleses decidiu formar um clube da
raça e a primeira reunião presidida por Mr. Temple,
aconteceu no dia primeiro de julho do mesmo ano, com a participação
dos mais importantes criadores. À unanimidade estabeleceu-se
a formulação do padrão da raça em
base ao Campeão Chow VIII, nascido em 1890 e importado
da China por Mrs. Bagshaw e em seguida cedido para Mr. Temple.
Chow
VIII morreu com 15 anos de idade.
Vários
exemplares Chow Chow foram vendidos na exposição
do English Chow Chow Club em 1895, o que tornou popular a raça.
Em
1896, o Kennel Club concedeu o estatuto de exposição
de campeonato em ocasião da segunda exposição
do clube. Foram reconhecidos oficialmente a raça Chow Chow
e o primeiro clube inglês. Na América do Norte o
clube foi fundado por Mrs. Jarret de Philadelphia em 1906. Seguiram
em 1924 o Chow Chow Clube Français e o Deutschland Club.
Numerosos
campeões e seus apaixonados criadores fazem parte da história
da raça: Lady Granville Gordon, com seu Campeão
Blue Blood, pai de todos os Chows azuis; Mr. Scriven, com a Campeã
Clarissa, que tornou-se mãe de numerosos campeões;
Lady Faudel Phillips com o Campeão Pusa of Amwell; Mrs.
Manooch com o Campeão Internacional Choonam Brilliantine,
que foi depois vendido para Mrs. Earl nos E.U.A.

Campeã
Young Cheng of Amwell, criação de Lady Faudel Phillips
A
partir de 1929 e durante muitos anos, as pistas inglesas foram
dominadas pelo Campeão Rochow Dragon; em 1934 outro Chow
fez sua estréia nas exposições até
que anos mais tarde venceu em Cruft: o grande Choonam
Hung Kwong.
Gradativamente
a raça começou a ser conhecida cada vez mais.
Campeão
Choonam Hunk Kwong, único Chow Chow que ganhou
Best
In Show em Crufts (1936).
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